Camila Borowsky sempre soube muito bem o que queria da vida. Em mais uma destas certezas, mudou-se de mala e cuia (sim!) para a mais movimentada capital do país. É lá que hoje ela faz as duas coisas que mais gosta na vida: jornalismo e amigos. Porém, foi lá que ela sentiu o verdadeiro gosto da saudade. E ela sabe que ele é muito, muito mais amargo que qualquer chimarrão.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Os 30 anéis de Saturno
Pois bem, achava uma besteira imensa quando alguém estava se aproximando dos 30 anos e reclamava sem fim da vida, do quanto estava envelhecendo. Na verdade, é só uma virada de dezena. Ah, Camila, doce engano. São 3 décadas. Puta que pariu! São TRÊS décadas! (Pavor!, gritos! Pânico!).
Ultimamente tenho pensando tanto no assunto que, sério, me sinto ridícula. O problema não está exatamente no 3.0, mas sim no que ficou para trás e a incerteza do que vem pela frente. Há 10 anos, imaginava que agora tudo seria mais fácil e tudo estaria mais certo, mais equilibrado, mais no lugar. Enfim, a velha estabilidade que parece nunca chegar e nunca bastar.
Cadê a minha casa própria? Cadê meu carro? E a minha promoção? Glup! E, sim, estou praticamente vivendo dentro de um casamento há um ano e pouco – com a diferença da falta dos papéis. Mas os 30 trazem consigo aquele peso, aquela obrigação no olhar alheio (ou será algo da minha cabecinha doente?) de ... FILHOS! Ah, os herdeiros...
Aquela história toda do planejamento: “Ai, ai, quando eu tiver 30 anos e estável...”, “Ah, eu quero ter um filho aos 30 e outro aos 32. Não pode ser muito velha...” COMO ASSIM? Quem era essa Camila piá que soltava asneiras pela boca? Não me apareça mais por aqui! Humpf!
O meu retorno de saturno começou pesado. E, sim, nesses últimos dois anos mudei mais do que em toda uma vida. Estive doente, me curei, perdi o pânico, ganhei um “namorido” e me tornei AINDA mais próxima de minha família. Mas, e aí, o que acontece após o retorno de saturno? Vão-se os anéis, ficam os dedos. Ficam os medos.
Em 4 meses, tudo deve mudar. Ou não.
Pensemos como Pollyana: pelo menos ainda terei mais uma década para os 40.
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