terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Meu Top 5 de 2009


Achei o ano que passou um pouco complicado. Mais tarde, descobri que não era a única que havia passado por altos e baixos: tudo parece ter sido muito intenso nesse tal de 2009. As coisas ou eram muito boas, ou muito ruins.

Enfim, como ele está acabando, chega a hora de pensar no que foi essa década – e como ela passou rápido. Ontem eu estava com 18 anos (no início dos anos 2000). E cá estou agora, beirando os 30 (há há há – nenhuma graça!)

Pois bem, voltando ao assunto proposto no título, listarei no maior estilo CQC o que realmente valeu a pena no ano que está nos abandonando em poucos dias.

1. Assumi Sampa como minha casa, mudei de casa, aprendi que viver sozinha é muito melhor; descobri que minhas coisas valem muito quando são pagas com muito do dinheiro do bolso.
2. Trabalhei demais, entrevistei muita gente legal, fiz muitos contatos, ralei pra caramba e fui promovida; saí demais com os meus MARAVILHOSOS colegas de trabalho e, claro, bebi demais e, como consequência, me humilhei demais.
3. Ganhei férias – as primeiras dos últimos quatro anos. Foi maravilhoso, relaxei mais do que a vida, mas morri de saudade do meu amor. Descobri que quando estou no Sul quero estar em Sampa e vice-versa. Querendo ou não, estar nos dois lugares, só milionária.
4. Recebi visitas mágicas de minha mãe, da minha irmã e da Helena e Ana – comprovando que a distância é só uma questão de detalhe.
5. Me despeço do ano com esperanças de ter aprendido a guardar o meu dinheiro e fazer dele algo realmente importante.

Sei que 2010 será muito melhor do que esse. Espero que todos vocês se divirtam muito e que o próximo ano seja cheio de PAZ: a união de tudo que é bom na vida!

Um feliz Ano Novo. Até o que vem!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

So this is Christmas...AGAIN!




Sei que estava um pouco desaparecida. Criatividade sumiu neste último mês. Esse também é meu motivo por voltar agora, em uma época pra lá de especial para mim: o Natal.

Sempre fui uma pessoa muito natalina. Era chegar dezembro que eu, minha mãe e minha irmã corríamos para as caixas onde o pinheiro estava guardado junto com todos os enfeites. Parecia que aquele clima nos deixava mais felizes, mais unidas, enfim, o velho espírito natalino.

Ano passado, meu primeiro ano em Sampa, lembro que movi montanhas para conseguir deixar minha casa com cara de Natal. Me movimentei até a 25 de Março (sim, a pobreza bate à porta) e comprei luzinhas, além de ter pendurado uma guirlanda linda (feita por minha Mami) na porta.

2009 foi todo estranho: muita coisa acontecendo, boas e ruins. Parece que tudo passou rápido demais e, quando me dei conta, já estava aqui, em pleno dia 14 de dezembro. Por essas e outras hoje me sinto em débito com Papai Noel. Te deixei de lado, bom velhinho. Acho que, na verdade, me dediquei tanto ao trabalho, que acabei deixando um pouco o espírito natalino de lado, acabei me deixando um pouco para trás. Comigo, deixei um pouco de alegria, dispensei sorrisos e multipliquei as reclamações.

Deixo aqui minha promessa de um 2010 bem melhor do que foi esse ano: com mais paz, mais calma, mais tranqüilidade, mais espírito natalino.

Um Feliz Natal a todos vocês. Tenho certeza que ele será maravilhoso, como sempre foi para mim.

sábado, 7 de novembro de 2009

I´m starting with the man in the mirror


Mania besta que a gente tem (pelo menos, eu tenho) de apontar os erros dos outros. Ouvindo hoje a música do Michael Jackson que diz “I´m starting with the man in the mirror, I´m asking him to change his ways...”

Por que nós, seres humanos, ou nem tão humanos assim, temos essa mania insana de apontarmos o erro do outro ao invés de olharmos para o nosso próprio umbigo?

Dizem, ou melhor, já ouvi falar, que quanto mais apontamos o erro do próximo, é aquela exata atitude que condenamos que está mais próxima de como nós mesmos agimos. Será?

Sabe que acho que sim. Não gosto de pessoas que atropelam os outros (e, sim, faço isso). Também odeio aquelas pessoas que falam alto demais (e, mais uma vez, sou assim). A impulsividade me irrita nos outros, o pessimismo, as manias chatas... Opa! Sou assim também!

Sempre critiquei aqueles que queriam ficar em casa, que só sabiam ficar trancados curtindo o computador ao invés de curtir a vida, ir beber na rua... Gente, sabe que me tornei exatamente essa pessoa? E o melhor, ou pior, eu adoro!

Não há melhor cia que a minha


Depois de um show (sempre demais) de Fábio Jr na noite de sexta, passei o sábado todo sozinha e descobri assim, meio sem querer, que eu simplesmente adoro minha companhia. É um tal de não fazer nada ou um fazer o que bem entender que me encanta até o fim.

Pois bem, hoje foi assim: com direito a acordar bem tarde, sem despertador, ler meu novo livro da Marian Keys que, claro, já me deixou viciada, fazer almoço tarde, comer coisinhas light e depois me afundar em um pote de sorvete...

E depois voltei para o livro: e acabei dormindo (sim, de novo) por mais duas horas. Ainda tentei me livrar de uma lagartixa no quarto, não consegui (óbvio) e não sei se conseguirei dormir no recinto. Vai que ela pule na minha cara?

Fazer ou não fazer exercícios? Ahhhh, hoje não! Ao invés disso, fui ao mercado. Na volta, a minha novela amada, um bate papo no msn com os meus amigos queridos regado a latinhas de cerveja gelada.

De repente, começou a chuva. E sabe que eu adorei? Sei lá. A Camila está aqui comigo, então pode fazer o tempo que quiser lá fora...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Is This It?



Saí da pré-estreia de “ This Is It” com um sentimento que não esperava: raiva.

Ódio por termos perdido o Rei do Pop antes do que seria o mais grandioso show de toda sua carreira.

No filme, que tem duração de quase duas horas, também podemos ver a faceta que Michael escondia do mundo: seu lado durão, perfeccionista – o que provavelmente o matou.

Por várias vezes ele pedia a dedicação máxima de seus músicos e bailarinos – fazendo-os se esforçar à exaustão, até o resultado sair do jeito exato que havia pensado. Não é à toa que os shows de MJ sempre foram sinônimos da mais pura perfeição.

Apesar de seus vários quilinhos a menos (possível resultado de sua dedicação excessiva ao show, além da falta de sono), Michael ensina os melhores bailarinos do mundo a fazerem o que queria ver. Em outra cena, enquanto faz um solo de dança, incluindo um mini-moonwalk, os dançarinos estão todos o observando, vibrando, pulando a cada pedaço de sua performance. Desde que foram escolhidos eles já haviam dito que eram admiradores do trabalho de MJ mas, naquele momento, eles eram os fãs, assim como todos nós.

Antes de ver a estreia, estive no centro espírita. Justo ontem havia a palestra sobre como escolhemos a vida que iremos viver, a família em que viveremos, a idade que deixaremos esse mundo.

Se tudo for mesmo assim, por que Michael fez isso? Por que ele escolheu ir embora antes de mostrar para o mundo que ele era o verdadeiro e único Rei do Pop? Simplesmente porque não precisava.

Talvez ele estivesse ensaiando aqui para fazer o seu mais importante show em outros mundos. Sorte daqueles que poderão ver a apresentação completa.

Enquanto isso, eu ainda não consigo acreditar que THIS IS IT.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Você se lembra?



Talvez eu seja a única pessoa do mundo que assiste ao SBT com tanta frequência. Entre os últimos achados no canal do Dono do Baú (que está cada dia mais pirado) está o programa “Você se lembra?”, que traz personalidades classe C para responderem perguntas que envolvem a memória de toda uma vida.

Sei que Eliana errou várias coisas – e até passou por situações constrangedoras de não saber os nomes de pessoas que trabalharam com ela. Já João Gordo gabaritou. Mandou muito bem e errou apenas a última.

Fico sempre me imaginando no programa do Zé Américo. É claro que há coisas óbvias de que me lembrarei para sempre – datas de nascimento e morte de muita gente. Sei coisas como o tipo da árvore frutífera que tinha no meu jardim de infância – um limoeiro. Sei também o nome de todos os meus professores do colégio e, de cada um deles, guardo alguma lembrança especial. Sei de cor o nome de todos os discos da Xuxa e os nomes de todas as paquitas da primeira e segunda geração. Me lembro de bordões de novelas, programas toscos e letras de músicas que ninguém nem mais recorda.

Agora, há ex-alunos que já não lembro mais o nome. Que passo pela rua, vejo que reconheço de algum lugar, mas nem imagino como se chamam. Parte da memória foi perdida; outra foi bebida, creio. Já peço desculpas por antecipação.

Sempre me disseram que eu tinha uma ótima memória para negócios desnecessários. Puxei à mamãe. Eu e minha irmã costumamos encher o saco de minha mãe quando ela sabe algo que ninguém mais sabe do mundo (e que para ninguém interessa). Dizemos que ela tem cartolinas guardadas com cada uma dessas informações. Por exemplo, a data de nascimento da Bruna Lombardi (só um exemplo). “É bom que ele fique com ela porque ele é de escorpião...” é o tipo de coisa que minha mãe diria.

Acredito que o que é importante sempre fica na nossa cabeça. E há as coisas ruins que também insistem em ficar naquele lugarzinho indeletável do cérebro. Fazer o que? O importante é tentarmos não esquecer o que já fomos – por melhor ou pior que isso tenha sido.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ondas de "gelatina"



Nunca gostei do mar sem ondas. Nunca me acostumei com aquela leveza que quase não oferecia perigos. No Rio Grande do Sul, a “fúria” das águas sempre foi medida por bandeiras colocadas em frente às guaritas dos salva-vidas. Havia as brancas, que indicavam “nenhum perigo”; as amarelas, “tranquilidade”; as vermelhas, “cuidado”; e as pretas, “não entre”.

Sempre fui muito mais adepta das bandeiras vermelhas, enquanto as pretas me instigavam, aguçavam minha vontade de ir bem fundo. As amarelas indicavam que lá havia água quentinha e calmaria. É claro que ficar ali por alguns minutos era interessante, mas logo o tédio tomava conta de mim. As brancas, eu nunca cheguei a ver.

Sempre tive atração por desafios. E o mar da bandeira vermelha era perfeito para mim. Logo no início, os buracos. Caminhar devagar para não cair em um deles – um pequeno momento de distração poderia significar um tombo ou um longo tempo imóvel em constante batalha com a água salgada. Por isso, eu tentava me manter equilibrada e medir cada passo.

Depois da fase dos buracos (que ficavam na beira da praia) vinha a etapa das ondas fortes. Não havia muito tempo para pensar: elas bateriam no meu corpo. Agora era escolher um caminho a seguir – mergulhar ou esperá-la chegar perto – o que trazia uma nova leva de questionamentos como “se eu deixá-la bater em mim, será que me levará longe?”

É claro que muitas vezes fiz a opção errada e acabei dando cambalhotas embaixo d´água sem nem mesmo ter tempo para pensar. Outras tantas vezes mergulhei e quando vim à tona outra onda batia no meu rosto, de supetão, sem nem mesmo me deixar fazer alguma escolha.

Porém, entre os tantos desafios, o mais gostoso – além de ultrapassá-los - era poder chegar ao limite: a tranquilidade. Era lá que se escondiam as ondas “gelatina”, como eu gostava de chamá-las: imensas, “fofas”, onde o mar já não quebrava mais e eu podia relaxar. Estar naquela imensidão me dava a sensação de dever cumprido e eu me permitia a entrega à calmaria, não sem antes ter certeza, de que eu teria uma tarefa árdua para sair de lá, o que tornava aquela hora ainda mais mágica, momentânea, repleta de desafios

Casa + Descanso + Novela




Anos 80, em São Francisco de Paula, serra do Rio Grande do Sul. Lá morava minha Vó Divina. Lembro que ficava sempre observando aquela italiana para cima e para baixo – cozinhando para dezenas de pessoas (sempre tinha algum cunhado que chegava sem avisar), depois indo para a horta, cuidando das galinhas, ajeitando o jardim...Incansável.

Porém, também me recordo que a partir das 18 horas era tempo de tomar banho e sentar na cadeira de balanço, ao lado do fogão à lenha. Era a hora da sessão novela. Ela não perdia uma. Via a das seis, das sete, descansava um pouco e se preparava para a preferida, a das oito.

O mais bonitinho é que ela assistia à TV com um boné – para impedir que a luz atrapalhasse sua visão.

Como eu era criança, preferia brincar com minhas primas a ver novela, mas hoje entendo Dona Divina como ninguém. Não há nada melhor do que passar um dia inteiro trabalhando pesado, poder chegar em casa, ligar a TV e ver uma novelinha.

Diversão popular? Who cares!

Hoje minha vó, aos 80 anos, está muito mais preocupada em encontrar as amigas na igreja do que em ficar à frente da TV. Vó Divina só rejuvenesce. E ela conseguiu se livrar do vício das novelas.

Talvez, someday, eu também consiga. Por enquanto, fica como está!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ai que saudade do meu Rio Grande!



Não há nada melhor do que se sentir em casa. Mesmo estando em São Paulo há quase um ano e meio, ainda chamo de casa o meu lar gaúcho.

É lá que chego e consigo respirar bem - e isso não só porque minha atual residência é cheia de umidade e poluição. Parece que ao aterrissar em solo porto-alegrense, o meu coração está totalmente em paz. Eu estou segura. Sim, estou em casa.

Apesar de ter encontrado o amor da minha vida em Sampa, além do meu trabalho dos sonhos, as coisas mais importantes da minha vida continuam no extremo sul do Brasil.

É uma tarde de frio com sol, os amigos em uma roda de chimarrão, uma bergamota bem azeda.

É o cheiro de lareira no ar, um pinhão na chapa, um churrasco (no espeto) bem feito. O carinho cheio de sotaque, que mais parece um xingamento para os forasteiros.

Ser gaúcho é ir na padaria e encontrar cucas variadas. É saber que chimarrão combina com rapadura. É tomar vinho como se fosse leite.

É acordar no domingo, ao sair para comprar a carne para o churrasco semanal, e só ver gente com camisetas do Grêmio e do Inter.

É passar o domingo com a família.

Ser gaúcho é ter orgulho, um bairrismo forte. E, quando estamos fora, dá cada vez mais vontade de gritar o que só nós sabemos o significado: “ah, eu sou gaúcho!”

terça-feira, 13 de outubro de 2009

As doces balinhas de banana



Eu conheço a Sara desde que ela nasceu – afinal, a guria tem três anos a menos que eu. A Pastor Dohms (minha rua em São Léo) não teria sido a mesma sem essa figuraça!

Depois de uma infância inteira grudadas, vivendo as mesmas aventuras e, até hoje, com as mesmas histórias para contar, os três anos que nos separavam pareceram muito mais durante a adolescência.

Como um incrível golpe do destino, a pessoinha acabou fazendo a mesma faculdade que eu e, como um milagre, caiu dentro da minha sala de aula.

Além de ser uma ótima ouvinte e maravilhosa conselheira, Sarinha me aprontou algumas situações pra lá de constrangedoras.

Uma delas segue:

Era uma aula de Administração em Jornalismo. O professor era um tipão: o único que ia dar aula de terno e gravata (e suava bicas, óbvio).

Suas aulas também eram tão formais quanto ele. Para conseguirmos achar um atrativo para elas, Sara e eu fazíamos um estoque de balas de banana antes de entrarmos na sala.

Passávamos a aula inteira ouvindo papos de empreendedorismo mastigando.

Pois bem. Numa dessas, antes de deixarmos a sala para o intervalo, Sara olha para o professor (já vermelho de suor).

- Professor, o senhor gosta de banana?

Imagina a cara do homem! Perdeu toda a compostura com uma pergunta daquelas.

- Sim, gosto - respondeu.
- O senhor aceitaria uma balinha de banana? (tudo isso com sotaque alemão, não me perguntem as razões)
-Obrigado

E eu ali. Parada. Do lado. Tão vermelha quando o professor. Amo a Sarinha. Só ela já vale os últimos anos da minha faculdade de jornalismo.

Só para constar (parte 2)




Minha vassoura está feliz da vida! Voltou para o lar!

Só para constar


Voltei de um feriado só pensando no meu "lar, doce lar".

Quando abri a porta - depois de 10 horas de viagem de ônibus, recheada de engarrafamento e gastrite, me dei conta que tinha deixado tudo por fazer.

Na correria da quinta-feira, enquanto arrumava minhas malas, metade das minhas roupas tinham pulado para fora do meu armário. Além dos sapatos, claro, todos pelo meio do caminho.

Na pia da cozinha havia uma panela por lavar, três pratos, dois copos (poderia me odiar mais?)

É claro que nada fiz. Deixei tudo para hoje, afinal, ontem ainda era dia de descanso.

Ah, só para constar, a minha vassoura ainda não retornou. Quem será a bruxa que pegou emprestado?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O clássico de Sampa




É CLÁSSICO levar guarda-chuva para todos os lugares, todos os dias. Pela manhã pode estar fazendo um grande calor, ao meio-dia bate uma friaca, pelas duas da tarde chove, às 18h esquenta...O guarda-chuva torna-se acessório indispensável!

No bar de terça-feira, a chuva começou quando já estávamos sentados, apertou quando saímos. De repente Tum! Tum! Tum! Guarda-chuvas saltaram de bolsas e mochilas.

E olha que amanheceu um dia todo ensolarado. Ninguém imaginaria que uma chuva estava por vir, a não ser os paulistanos, ou os que prestam atenção nesta instável cidade.

PS: Minha vassoura ainda não retornou (em pleno mês de Halloween)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

E levaram minha vassoura...


Todas as pessoas do mundo sabem que eu sofro de dificuldades para dormir – tenho o sono leve, acordo cedo sempre (mesmo quando não quero, mesmo quando vou dormir às 7h).

Na minha casa em São Léo parecia que minha mãe escolhia os dias em que eu queria dormir para chamar os “faz tudo”. Era um quebra-quebra no banheiro que a vontade era de puxar todos os cabelos da cabeça até não restar um pra contar a história - e olha que comigo isso é bem possível de acontecer.

No último sábado, aqui em Sampa, eu estava num desses dias – só precisava dormir. Tinha ido dormir às 7 na sexta-feira e trabalhei o dia todo. Claro que o motivo foi dos mais respeitáveis (mais uma festa do VMB), mas, mesmo assim, eu estava caindo de sono.

Qual não foi minha surpresa no sábado de manhã quando acordei com uma prévia do que deve ser um terremoto. Blém, blém, blém – TOC TOC TOC
Grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr, zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!

Abri a janela pronta pra gritar e qual não foi a surpresa quando descobri que a obra acontecia na minha própria casa?

Sim! No mesmo dia fiquei sabendo que terei uma vizinha. E que minhas noites de solidão também serão sentidas na casa ao lado.

E hoje, quando cheguei do trabalho, descobri que minha vassoura estava faltando.

É... veremos o que me espera...

domingo, 4 de outubro de 2009

Pepe, já tirei a vela!



Quem me conhece, sabe da minha terrível fascinação por Chaves e, principalmente, por Chapolin.

Segundo o meu amigo Bruno, eu só gosto tanto assim porque na minha infância, em São Leopoldo só pegava SBT (o que, vamos deixar claro, não é verdade!)

Como viver sem as piadinhas clássicas criadas por Bolaños? E o melhor: as traduções toscas para o português?

Eu gosto muito (desde sempre).

Pode ser que os episódios também lembrem uma fase bem descompromissada da vida – quando iam ao ar às 13h30 (sim, o Silvio também jogou para esse horário). Era uma época em que voltava do colégio, almoçava e depois me jogava no sofá para fazer ... NADA!

“Que tempo bom que não volta nunca mais – aiiiisssss!!!!!”

E é por essas e outras que continuo me divertindo cada vez que vejo Chapolin voando nos aerolitos e conversando com as habitantes de Vênus (Chapulinu culoradu). E é por isso que ainda dou gargalhadas quando me deparo com o episódio (raríssimo) dos gêmeos dançarinos de Mambo, ou aquela vez em que os habitantes da Vila foram passar o Natal na casa do seu Barriga?

E era isso, então! “Sigam-me os bons!”

PS: Com certeza voltarei a falar sobre esse assunto!

Com saudades de dona Dercy


Porra do caralho, seu filho da puta! Cuzão! Juro que tento, de verdade, mas não consigo! Meus amigos (todos) sabem que as merdas saem da minha boca com uma frequência que eu não sei controlar.

Nos tempos de CCAA, Helena e Wagner (saudade, sempre!) me apelidaram de Dirty Dercy, a adorável senhora que mandava todos tomarem em seus devidos cus.

Mais tarde, já trabalhando no jornal, meus queridos colegas de trabalho me fizeram prometer (em mais um Réveillon) que eu não mais falaria palavrões em 2008. Devo ter pulado com o pé direito gritando “É isso ao, Ano Novo, PORRA!”, porque não consegui cumprir a promessa.

No jornal também tinha gente que tirava o maior sarro da minha cara, dizendo que eu sofria daquele mal que a pessoa mistura a vida real com palavrões. (Acabo de googlear e descobrir que se chama síndrome de Tourette e que afeta uma em cada 2 mil pessoas)

Mais tarde, enquanto Robs (colega e amiga de jornal) lia a biografia do Eric Clapton, descobrimos que o músico tinha uma tia-avó que sofria do troço. Gargalhadas geral pra frase usada como exemplo da patologia.

“Bom dia, como vai a PUTA da sua mãe?”

Chegando em São Paulo, meus (não mais) novos amigos também repararam que eu me expressava muito bem usando palavrões. Foi no Natal do ano passado, enquanto Renata, Bruno e eu caminhávamos pela Avenida Paulista (rumo ao bar, óbvio) e eu avistei um prédio todo decorado natalinamente.

“Caralho! Olha que porra mais linda!”

Eles só riram. E eu juro que só queria dizer “como está belíssimo este prédio decorado com luzinhas e cores de Natal em estilo New York”

Continuo tentando me livrar do excesso deles, mas também... agora eles já são parte da minha personalidade, parte de mim...

Viva Dercy! Adorada velha que nos deixou há mais de um ano!
SAUDADES DO CARALHO!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sempre gostei de temporais; hoje não mais

Quando era pequena, sempre gostava de ouvir os trovões, observar os raios, ver o vento levar tudo junto com a água da chuva que descia ladeira abaixo da rua onde morava.

Enfrentar um temporal no conforto da minha casa era a melhor coisa do mundo. Afinal, eu sempre tinha um lugarzinho embaixo da minha cama para me esconder. Ou melhor: o colo da minha mãe para correr.

Esta segunda-feira foi mais um dia de temporal aqui em São Paulo. Porém, os sinais da chuva torrencial que estava por vir já estavam óbvios assim que abri a janela de casa, logo que acordei.

Fora o sono, eu estava sentindo que o dia não seria dos melhores. Um temporal por vir.

No meio da tarde fiquei sabendo que uma pessoa que gosto muito passa por problemas sérios de saúde e que deve começar uma luta árdua nos próximos dias. Essa notícia fez os meus problemas parecerem minúsculos. Um temporal ali.

Pela janela do trabalho observei o tempo virando, as nuvens pretas cobrindo o céu. E, de repente, a água e o vento arrastando tudo o que encontravam pela frente. Temporal.

Voltei para casa, o ônibus lotado. Nem me importei. Chorei tudo que pude. Deixei o medo, a angústia, as dúvidas saírem pelos meus olhos. Um temporal particular.

Ao chegar em casa descobri os resultados do temporal na cidade: a falta de luz. Tentei lembrar dos tempos em que era bom sentir os primeiros ventos de uma chuva que prometia. Cochilei.

A luz voltou.

Definitivamente, hoje temporais são sinônimos de dias tristes. Espero que a luz volte logo.

domingo, 27 de setembro de 2009

A Bossa e Eu



Se pudesse ter escolhido uma época para viver meu início de vida adulta eu escolheria, com toda a certeza, os anos 50. Parece que tudo que ficou trancado nessa década é tudo de que mais gosto – a começar pela Bossa Nova.

E não sou daquelas que ouvem a Bossa somente porque ela está ano sim, ano não em uma novela do Maneco. Adoro o autor e sempre tiro o chapéu para as trilhas sonoras, porém, no meu caso, o ritmo mais carioca possível me acompanha desde o berço.

Bossa Nova lembra verão. Lembra acordar em casa no meio de uma manhã de domingo. De sentir o cheirinho da comida da minha mãe. De ouvir ela assoviando João Gilberto enquanto lavava algumas folhas de alface.

É som que acalma, que dá a certeza que o verão está para chegar. E que dias melhores virão.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Hoje descobri que te amo



Acordei na hora certa, mas o banho me atrasou. Saí de casa apressada, descendo as ladeiras dessa cidade que sobe e desce de maneira frenética.

O céu estava cinza (para variar). Peguei o ônibus de sempre, no lugar de sempre, com as mesmas pessoas ao meu redor. É claro que meu Bilhete Único estava sem crédito. Então tirei uma nota de dois reais e encontrei três moedas de dez centavos escondidas na bolsa. O cobrador dormia; precisei cutucá-lo para aceitar meu dinheiro.

O Perus/Lapa (meu ônibus) andou devagarzinho, como sempre, no meio daquele engarrafamento que já se tornou comum.

Foi quando dobrei uma das esquinas, olhei ao redor, um montante de prédios. Olhei novamente. De repente, a movimentação de carros e pessoas, a lotação do ônibus e até mesmo o céu acinzentado fizeram sentido.

E foi assim. E foi hoje. Foi o meu presente de primavera!

Hoje eu descobri que em pouco mais de um ano de São Paulo, eu amo essa cidade.

Sim, São Paulo, hoje descobri que te amo.

Um belo dia vou lhe telefonar pra te dizer que aquele sonho cresceu

“Um belo dia resolvi mudar e fazer tudo que eu queria fazer...”.

Nunca me acostumei com a monotonia, a rotina, com a mesmice. Por essas e outras escolhi o jornalismo como profissão. Jamais seria uma daquelas pessoas escondidas atrás de pilhas de papéis, fazendo exatamente o mesmo trabalho dia após dia.

Adoro a incerteza do que poderá ser o amanhã – o frio na barriga a cada nova pauta.

Foi visando a falta de comodidade que eu decidi ir embora, criar asas, voar alto. Desde os tempos da faculdade eu já tinha planos e dizia bem contente para minhas colegas que um dia eu iria conseguir um emprego, sair do Rio Grande do Sul e morar em São Paulo – onde as oportunidades realmente existem.

Pois bem, eu consegui.

Só que ninguém nunca me disse que mudar de estado poderia ser ainda mais doloroso que mudar de país; ninguém havia me alertado (e se o fizeram, entrou por um ouvido e saiu por outro) de como a solidão pode doer quando se está longe daqueles, os mais importantes – aqueles que sabem (por pior que isso seja) o que foi o seu passado, com seus piores erros e os melhores acertos.

Nenhum arrependimento. A peleia continua...