Camila Borowsky sempre soube muito bem o que queria da vida. Em mais uma destas certezas, mudou-se de mala e cuia (sim!) para a mais movimentada capital do país. É lá que hoje ela faz as duas coisas que mais gosta na vida: jornalismo e amigos. Porém, foi lá que ela sentiu o verdadeiro gosto da saudade. E ela sabe que ele é muito, muito mais amargo que qualquer chimarrão.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Você se lembra?
Talvez eu seja a única pessoa do mundo que assiste ao SBT com tanta frequência. Entre os últimos achados no canal do Dono do Baú (que está cada dia mais pirado) está o programa “Você se lembra?”, que traz personalidades classe C para responderem perguntas que envolvem a memória de toda uma vida.
Sei que Eliana errou várias coisas – e até passou por situações constrangedoras de não saber os nomes de pessoas que trabalharam com ela. Já João Gordo gabaritou. Mandou muito bem e errou apenas a última.
Fico sempre me imaginando no programa do Zé Américo. É claro que há coisas óbvias de que me lembrarei para sempre – datas de nascimento e morte de muita gente. Sei coisas como o tipo da árvore frutífera que tinha no meu jardim de infância – um limoeiro. Sei também o nome de todos os meus professores do colégio e, de cada um deles, guardo alguma lembrança especial. Sei de cor o nome de todos os discos da Xuxa e os nomes de todas as paquitas da primeira e segunda geração. Me lembro de bordões de novelas, programas toscos e letras de músicas que ninguém nem mais recorda.
Agora, há ex-alunos que já não lembro mais o nome. Que passo pela rua, vejo que reconheço de algum lugar, mas nem imagino como se chamam. Parte da memória foi perdida; outra foi bebida, creio. Já peço desculpas por antecipação.
Sempre me disseram que eu tinha uma ótima memória para negócios desnecessários. Puxei à mamãe. Eu e minha irmã costumamos encher o saco de minha mãe quando ela sabe algo que ninguém mais sabe do mundo (e que para ninguém interessa). Dizemos que ela tem cartolinas guardadas com cada uma dessas informações. Por exemplo, a data de nascimento da Bruna Lombardi (só um exemplo). “É bom que ele fique com ela porque ele é de escorpião...” é o tipo de coisa que minha mãe diria.
Acredito que o que é importante sempre fica na nossa cabeça. E há as coisas ruins que também insistem em ficar naquele lugarzinho indeletável do cérebro. Fazer o que? O importante é tentarmos não esquecer o que já fomos – por melhor ou pior que isso tenha sido.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Somos quem podemos ser. Sonhos que podemos ter. Já diria o gênio do Humberto Gessinger. hahaha
ResponderExcluirSofro desse problema de memória de elefante. Lembro tantas, mas tantas coisas com os mínimos detalhes, até mesmo as que eu queria esquecer pra sempre! A parte ruim disso, tu vai me entender, é que quanto mais detalhes na memória mais intensa a saudade...
ResponderExcluir