Camila Borowsky sempre soube muito bem o que queria da vida. Em mais uma destas certezas, mudou-se de mala e cuia (sim!) para a mais movimentada capital do país. É lá que hoje ela faz as duas coisas que mais gosta na vida: jornalismo e amigos. Porém, foi lá que ela sentiu o verdadeiro gosto da saudade. E ela sabe que ele é muito, muito mais amargo que qualquer chimarrão.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
E mais uma década chega ao fim...
O pior não é isso. O pior, de verdade, é estar longe na hora que o relógio marcar meia-noite, na hora em que não poderei abraçar minha família, meus amigos e dar um beijo no meu namorado. Todos estão longe. E a cidade está vazia – o que é único benefício para os que por aqui ficam.
Enfim, passo por aqui para fazer um balanço do meu ano: o meu top 10 novamente – o que 2010 me reservou.
TOP 10 ACONTECIMENTOS DE 2010
1. A volta para a terapia e o ano inteirinho de descobertas boas e ruins sobre quem é a verdadeira Camila.
2. Ter descoberto um câncer de tireoide, passado por complicações, incluindo quatro cirurgias e uma pneumonia. Ter feito a iodoterapia, ficado com hipotireoidismo, me arrastando pelos cantos, me recuperado, tomado hormônios e cálcio e ter descoberto, mesmo assim, que a vida ainda pode ser normal.
3. Em compensação ganhei a companhia de minha mãe por três meses inteirinhos do meu lado, em São Paulo, além de algumas viagens extras ao Rio Grande do Sul, o que recupera a energia de qualquer pessoa.
4. Recebi a visita do meu pai, duas passadas curtinhas da Xexa e uma média da Helena, para a alegria dos meus dias em Sampa.
5. Mudei de emprego. Saí do Abril.com e fui de mala e cuia para a redação do site da Contigo!.
6. Fui chamada para participar como blogueira do programa Hoje em Dia, entrevistando os eliminados da Fazenda. Apesar da cara de sono das segundas-feiras, a alegria ao final delas era maior.
7. Mudei de casa e hoje moro com o namorado! Na casa antiga deixei tristezas e preocupações.
8. Perdi minha Vó Alzira, aos 99 anos, que sempre vai me fazer sentir uma saudade sem fim.
9. Comprei o box completo dos sucessos do Chico Buarque e coleciono compulsivamente a série Barrados no Baile: uma tentativa desesperada de voltar no tempo, já que os 30 parecem estar chegando com força.
10. Aprendi que a morte pode não ser tão ruim quando não se tem medo dela. E que nunca fez tanto sentido viver cada dia como se fosse o último.
Um Feliz Ano Novo para todos! Esperemos que 2011 traga saúde e paz!
PS: Dá para acreditar que uma década do ano 2000 já se passou? Glup!
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Jornalismo (x)
Se eu pudesse voltar lá atrás hoje, será que eu escolheria o jornalismo como profissão?
Costumo dizer que sou uma atriz frustrada, que nunca teve coragem de se jogar no mundo para fazer Artes Cênicas achando que o negócio não iria para frente. Acho que estava certa...
Lá em 1999 eu tinha apenas uma certeza: iria ser médica, um sonho que carregava comigo desde a infância, quando espalhava aos quatro ventos o quanto eu queria ser pediatra. O meu primeiro vestibular me mostrou que eu não tinha nascido pra ver sangue e pessoas agonizando (muito menos crianças).
Ao invés de tentar mais uma vez e persistir no erro, decidi pensar em algo que gostava muito de fazer, algo que fosse feliz fazendo até o resto da minha vida. Nossa, e como eu gostava de escrever! No colégio, as matérias iam de mal a pior, a não por algumas exceções: português, história e inglês. Alguma coisa isso tinha que significar...
Jornalismo foi a opção marcada no vestibular. Depois de passar, só pude ter a certeza absoluta de que era isso que eu queria fazer para o resto de toda a eternidade quando assisti à minha primeira aula. A sala estava recheada de pessoas (incrivelmente) parecidas comigo: os mesmos sonhos, o mesmo pensamento e a mesma ideia que todo jornalista foquinha tem de querer mudar o mundo e de cobrir uma guerra.
O primeiro estágio me deu a noção do peso da profissão. Sabia que tinha muita responsabilidade pela frente e, desde então, é assim que encaro os fatos.
Vim para São Paulo para tentar fazer dinheiro – objetivo esse que até agora não foi atingido – além, é claro, de ganhar visibilidade, já que é aqui que o negócio ferve... Apesar dos poucos anos de profissão, sinto que já carrego uma bagagem e tanto! E o melhor é quer ainda há mais a aprender: mais coletivas desesperadas, mais correria, mais fatos inusitados naquele dia cansativo em que tu só pensa em ir embora para casa.
E, claro, nada como os colegas jornalistas: galerinha sempre pronta para sentar a bunda em um bar e por lá ficar até sentar a bunda na sarjeta.
Se eu pudesse voltar lá atrás hoje, será que faria de novo?
Com certeza! JORNALISMO (x)
"Jornalismo é publicar algo que alguém não quer que seja publicado, o resto é relações públicas" (G. Orwell)
domingo, 5 de dezembro de 2010
Passo a passo
Ela andava na rua sem saber se era ela mesma que estava naquele corpo. Era o medo de ficar trancada que fazia ela andar e andar, cada vez mais depressa. Medo esse de ficar trancada dentro de si. Trancada em cada pensamento. O melhor era não pensar em nada, apenas andar.
Ao invés de fugir, corria; ao invés de chorar, bebia; ao invés de pensar, andava.