A preparação para a festa junina no Rio Grande da minha infância era sempre uma alegria. Começava com tirar a poeira do vestido de prenda. O meu era azul escuro, com pequenas florzinhas. Depois era aquela ansiedade para que o grande dia chegasse logo para rodopiá-lo com as coleguinhas do colégio para ver quem conseguia fazer o melhor efeito.
Quando era criança, o emocionante era participar de todas as brincadeiras, ganhar um monte de brindes porcarias que, em 2 dias, já não mais existiriam. Era também chegar em casa quase vomitando depois de passar a tarde inteira comendo de tudo um pouco: uns 15 pinhões, um cachorro-quente, uma fatia de bolo, 3 churrasquinhos, uma pipoca, dois quentões, algumas rapaduras... e por aí vai... haja estômago!
E as musiquinhas típicas da data. Se no Brasil São João tem um estilo, no Rio Grande do Sul ele tem muitos – incluindo tocar canções típicas gaúchas, uma delas que dá nome ao título do post.
No final da festa tinha aquela fogueira imensa no campinho de futebol. Consigo lembrar da carinha das crianças todas olhando para aquelas toras queimando... Era muita emoção!
Depois a gente cresce e a festa junina vira mais uma desculpa para encontrar os amigos, beber e, claro, isso não muda, encher a pança. Mesmo assim, o sentimento da época, com a chegada do inverno, aquele frio aconhegante, não muda nunca.
Então eu vim pra São Paulo. Cheguei na terra da garoa no dia 5 de junho. No meu segundo final de semana por aqui, fui carregada para uma festa junina. E qual não foi minha surpresa quando cheguei a uma igreja cheia de pessoas conhecidas e animadas, com barraquinhas recheadas de guloseimas e, para finalizar, um show de Jair Rodrigues?
A gente muda de endereço, mudam as músicas, mas aquele sentimento de aconchego sempre fica.
Que venham as juninas!
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