Acabo de voltar de mais um nada prazeroso passeio à rua 25 de março, localizada no coração de São Paulo – onde é sempre possível ver gente correndo da polícia, do rapa, de alguém...
Só frequento o local em caso de necessidade (talvez caridade) e também turismo. Sim, gente, a rua da muvuca é destino certo das pessoas que chegam a Sampa para ficar alguns dias - Tirando a Helena, claro. Que foge como vampiro de um colar de dentes de alho..
Ir para lá é sempre uma aventura. Isso porque é uma espécie de corredor polonês – com direito a massageadores inconvenientes e gente que solta pipa que, com a falta de vento, deixa o querido brinquedo voar na tua cabeça (e a novidade do dia: um balão-helicóptero). Além disso, tem o famoso “ai, ai, ai titiiiiiaaaa”, um bagulho que o povo enfia na boca e faz o barulho mais insuportável que já ouvi na vida. O negócio é tão parecido com uma droga que depois de muito ouvir você até começa a achar engraçado.
Isso não é nada comparado a estar interessadíssima em um lenço, colocando a mão no bolso para comprar o acessório, quando – de repente – a pessoa (que se diz vendedora) sai correndo com ele dali. “Porra, o que aconteceu? Eu juro que tenho dinheiro!”. Não era nada. Só o rapa. Fiquei sem lenço.
É claro que todo o esforço de frequentar o ambiente umas quatro vezes por ano tem sua recompensa. Você sempre pode se gabar de ter comprado um produto muuuito mais barato que seus amigos – e que vai quebrar muuuuito mais rápido que o deles...
Você também sempre tem a chance de fazer uma visita ao Mercado Municipal e degustar um delicioso pastel de bacalhau, um sanduíche de mortadela (que, cá pra nós, eu nunca tive coragem) e tomar um chope. Porém, depois de experimentar as delícias da boa vida novamente, quem diz que é fácil subir a ladeira Porto Geral e pegar o metrô para voltar pra casa?
Como diria o grande filósofo Kleber Bam Bam: “faz parte!”