quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Is This It?



Saí da pré-estreia de “ This Is It” com um sentimento que não esperava: raiva.

Ódio por termos perdido o Rei do Pop antes do que seria o mais grandioso show de toda sua carreira.

No filme, que tem duração de quase duas horas, também podemos ver a faceta que Michael escondia do mundo: seu lado durão, perfeccionista – o que provavelmente o matou.

Por várias vezes ele pedia a dedicação máxima de seus músicos e bailarinos – fazendo-os se esforçar à exaustão, até o resultado sair do jeito exato que havia pensado. Não é à toa que os shows de MJ sempre foram sinônimos da mais pura perfeição.

Apesar de seus vários quilinhos a menos (possível resultado de sua dedicação excessiva ao show, além da falta de sono), Michael ensina os melhores bailarinos do mundo a fazerem o que queria ver. Em outra cena, enquanto faz um solo de dança, incluindo um mini-moonwalk, os dançarinos estão todos o observando, vibrando, pulando a cada pedaço de sua performance. Desde que foram escolhidos eles já haviam dito que eram admiradores do trabalho de MJ mas, naquele momento, eles eram os fãs, assim como todos nós.

Antes de ver a estreia, estive no centro espírita. Justo ontem havia a palestra sobre como escolhemos a vida que iremos viver, a família em que viveremos, a idade que deixaremos esse mundo.

Se tudo for mesmo assim, por que Michael fez isso? Por que ele escolheu ir embora antes de mostrar para o mundo que ele era o verdadeiro e único Rei do Pop? Simplesmente porque não precisava.

Talvez ele estivesse ensaiando aqui para fazer o seu mais importante show em outros mundos. Sorte daqueles que poderão ver a apresentação completa.

Enquanto isso, eu ainda não consigo acreditar que THIS IS IT.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Você se lembra?



Talvez eu seja a única pessoa do mundo que assiste ao SBT com tanta frequência. Entre os últimos achados no canal do Dono do Baú (que está cada dia mais pirado) está o programa “Você se lembra?”, que traz personalidades classe C para responderem perguntas que envolvem a memória de toda uma vida.

Sei que Eliana errou várias coisas – e até passou por situações constrangedoras de não saber os nomes de pessoas que trabalharam com ela. Já João Gordo gabaritou. Mandou muito bem e errou apenas a última.

Fico sempre me imaginando no programa do Zé Américo. É claro que há coisas óbvias de que me lembrarei para sempre – datas de nascimento e morte de muita gente. Sei coisas como o tipo da árvore frutífera que tinha no meu jardim de infância – um limoeiro. Sei também o nome de todos os meus professores do colégio e, de cada um deles, guardo alguma lembrança especial. Sei de cor o nome de todos os discos da Xuxa e os nomes de todas as paquitas da primeira e segunda geração. Me lembro de bordões de novelas, programas toscos e letras de músicas que ninguém nem mais recorda.

Agora, há ex-alunos que já não lembro mais o nome. Que passo pela rua, vejo que reconheço de algum lugar, mas nem imagino como se chamam. Parte da memória foi perdida; outra foi bebida, creio. Já peço desculpas por antecipação.

Sempre me disseram que eu tinha uma ótima memória para negócios desnecessários. Puxei à mamãe. Eu e minha irmã costumamos encher o saco de minha mãe quando ela sabe algo que ninguém mais sabe do mundo (e que para ninguém interessa). Dizemos que ela tem cartolinas guardadas com cada uma dessas informações. Por exemplo, a data de nascimento da Bruna Lombardi (só um exemplo). “É bom que ele fique com ela porque ele é de escorpião...” é o tipo de coisa que minha mãe diria.

Acredito que o que é importante sempre fica na nossa cabeça. E há as coisas ruins que também insistem em ficar naquele lugarzinho indeletável do cérebro. Fazer o que? O importante é tentarmos não esquecer o que já fomos – por melhor ou pior que isso tenha sido.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ondas de "gelatina"



Nunca gostei do mar sem ondas. Nunca me acostumei com aquela leveza que quase não oferecia perigos. No Rio Grande do Sul, a “fúria” das águas sempre foi medida por bandeiras colocadas em frente às guaritas dos salva-vidas. Havia as brancas, que indicavam “nenhum perigo”; as amarelas, “tranquilidade”; as vermelhas, “cuidado”; e as pretas, “não entre”.

Sempre fui muito mais adepta das bandeiras vermelhas, enquanto as pretas me instigavam, aguçavam minha vontade de ir bem fundo. As amarelas indicavam que lá havia água quentinha e calmaria. É claro que ficar ali por alguns minutos era interessante, mas logo o tédio tomava conta de mim. As brancas, eu nunca cheguei a ver.

Sempre tive atração por desafios. E o mar da bandeira vermelha era perfeito para mim. Logo no início, os buracos. Caminhar devagar para não cair em um deles – um pequeno momento de distração poderia significar um tombo ou um longo tempo imóvel em constante batalha com a água salgada. Por isso, eu tentava me manter equilibrada e medir cada passo.

Depois da fase dos buracos (que ficavam na beira da praia) vinha a etapa das ondas fortes. Não havia muito tempo para pensar: elas bateriam no meu corpo. Agora era escolher um caminho a seguir – mergulhar ou esperá-la chegar perto – o que trazia uma nova leva de questionamentos como “se eu deixá-la bater em mim, será que me levará longe?”

É claro que muitas vezes fiz a opção errada e acabei dando cambalhotas embaixo d´água sem nem mesmo ter tempo para pensar. Outras tantas vezes mergulhei e quando vim à tona outra onda batia no meu rosto, de supetão, sem nem mesmo me deixar fazer alguma escolha.

Porém, entre os tantos desafios, o mais gostoso – além de ultrapassá-los - era poder chegar ao limite: a tranquilidade. Era lá que se escondiam as ondas “gelatina”, como eu gostava de chamá-las: imensas, “fofas”, onde o mar já não quebrava mais e eu podia relaxar. Estar naquela imensidão me dava a sensação de dever cumprido e eu me permitia a entrega à calmaria, não sem antes ter certeza, de que eu teria uma tarefa árdua para sair de lá, o que tornava aquela hora ainda mais mágica, momentânea, repleta de desafios

Casa + Descanso + Novela




Anos 80, em São Francisco de Paula, serra do Rio Grande do Sul. Lá morava minha Vó Divina. Lembro que ficava sempre observando aquela italiana para cima e para baixo – cozinhando para dezenas de pessoas (sempre tinha algum cunhado que chegava sem avisar), depois indo para a horta, cuidando das galinhas, ajeitando o jardim...Incansável.

Porém, também me recordo que a partir das 18 horas era tempo de tomar banho e sentar na cadeira de balanço, ao lado do fogão à lenha. Era a hora da sessão novela. Ela não perdia uma. Via a das seis, das sete, descansava um pouco e se preparava para a preferida, a das oito.

O mais bonitinho é que ela assistia à TV com um boné – para impedir que a luz atrapalhasse sua visão.

Como eu era criança, preferia brincar com minhas primas a ver novela, mas hoje entendo Dona Divina como ninguém. Não há nada melhor do que passar um dia inteiro trabalhando pesado, poder chegar em casa, ligar a TV e ver uma novelinha.

Diversão popular? Who cares!

Hoje minha vó, aos 80 anos, está muito mais preocupada em encontrar as amigas na igreja do que em ficar à frente da TV. Vó Divina só rejuvenesce. E ela conseguiu se livrar do vício das novelas.

Talvez, someday, eu também consiga. Por enquanto, fica como está!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ai que saudade do meu Rio Grande!



Não há nada melhor do que se sentir em casa. Mesmo estando em São Paulo há quase um ano e meio, ainda chamo de casa o meu lar gaúcho.

É lá que chego e consigo respirar bem - e isso não só porque minha atual residência é cheia de umidade e poluição. Parece que ao aterrissar em solo porto-alegrense, o meu coração está totalmente em paz. Eu estou segura. Sim, estou em casa.

Apesar de ter encontrado o amor da minha vida em Sampa, além do meu trabalho dos sonhos, as coisas mais importantes da minha vida continuam no extremo sul do Brasil.

É uma tarde de frio com sol, os amigos em uma roda de chimarrão, uma bergamota bem azeda.

É o cheiro de lareira no ar, um pinhão na chapa, um churrasco (no espeto) bem feito. O carinho cheio de sotaque, que mais parece um xingamento para os forasteiros.

Ser gaúcho é ir na padaria e encontrar cucas variadas. É saber que chimarrão combina com rapadura. É tomar vinho como se fosse leite.

É acordar no domingo, ao sair para comprar a carne para o churrasco semanal, e só ver gente com camisetas do Grêmio e do Inter.

É passar o domingo com a família.

Ser gaúcho é ter orgulho, um bairrismo forte. E, quando estamos fora, dá cada vez mais vontade de gritar o que só nós sabemos o significado: “ah, eu sou gaúcho!”

terça-feira, 13 de outubro de 2009

As doces balinhas de banana



Eu conheço a Sara desde que ela nasceu – afinal, a guria tem três anos a menos que eu. A Pastor Dohms (minha rua em São Léo) não teria sido a mesma sem essa figuraça!

Depois de uma infância inteira grudadas, vivendo as mesmas aventuras e, até hoje, com as mesmas histórias para contar, os três anos que nos separavam pareceram muito mais durante a adolescência.

Como um incrível golpe do destino, a pessoinha acabou fazendo a mesma faculdade que eu e, como um milagre, caiu dentro da minha sala de aula.

Além de ser uma ótima ouvinte e maravilhosa conselheira, Sarinha me aprontou algumas situações pra lá de constrangedoras.

Uma delas segue:

Era uma aula de Administração em Jornalismo. O professor era um tipão: o único que ia dar aula de terno e gravata (e suava bicas, óbvio).

Suas aulas também eram tão formais quanto ele. Para conseguirmos achar um atrativo para elas, Sara e eu fazíamos um estoque de balas de banana antes de entrarmos na sala.

Passávamos a aula inteira ouvindo papos de empreendedorismo mastigando.

Pois bem. Numa dessas, antes de deixarmos a sala para o intervalo, Sara olha para o professor (já vermelho de suor).

- Professor, o senhor gosta de banana?

Imagina a cara do homem! Perdeu toda a compostura com uma pergunta daquelas.

- Sim, gosto - respondeu.
- O senhor aceitaria uma balinha de banana? (tudo isso com sotaque alemão, não me perguntem as razões)
-Obrigado

E eu ali. Parada. Do lado. Tão vermelha quando o professor. Amo a Sarinha. Só ela já vale os últimos anos da minha faculdade de jornalismo.

Só para constar (parte 2)




Minha vassoura está feliz da vida! Voltou para o lar!

Só para constar


Voltei de um feriado só pensando no meu "lar, doce lar".

Quando abri a porta - depois de 10 horas de viagem de ônibus, recheada de engarrafamento e gastrite, me dei conta que tinha deixado tudo por fazer.

Na correria da quinta-feira, enquanto arrumava minhas malas, metade das minhas roupas tinham pulado para fora do meu armário. Além dos sapatos, claro, todos pelo meio do caminho.

Na pia da cozinha havia uma panela por lavar, três pratos, dois copos (poderia me odiar mais?)

É claro que nada fiz. Deixei tudo para hoje, afinal, ontem ainda era dia de descanso.

Ah, só para constar, a minha vassoura ainda não retornou. Quem será a bruxa que pegou emprestado?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O clássico de Sampa




É CLÁSSICO levar guarda-chuva para todos os lugares, todos os dias. Pela manhã pode estar fazendo um grande calor, ao meio-dia bate uma friaca, pelas duas da tarde chove, às 18h esquenta...O guarda-chuva torna-se acessório indispensável!

No bar de terça-feira, a chuva começou quando já estávamos sentados, apertou quando saímos. De repente Tum! Tum! Tum! Guarda-chuvas saltaram de bolsas e mochilas.

E olha que amanheceu um dia todo ensolarado. Ninguém imaginaria que uma chuva estava por vir, a não ser os paulistanos, ou os que prestam atenção nesta instável cidade.

PS: Minha vassoura ainda não retornou (em pleno mês de Halloween)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

E levaram minha vassoura...


Todas as pessoas do mundo sabem que eu sofro de dificuldades para dormir – tenho o sono leve, acordo cedo sempre (mesmo quando não quero, mesmo quando vou dormir às 7h).

Na minha casa em São Léo parecia que minha mãe escolhia os dias em que eu queria dormir para chamar os “faz tudo”. Era um quebra-quebra no banheiro que a vontade era de puxar todos os cabelos da cabeça até não restar um pra contar a história - e olha que comigo isso é bem possível de acontecer.

No último sábado, aqui em Sampa, eu estava num desses dias – só precisava dormir. Tinha ido dormir às 7 na sexta-feira e trabalhei o dia todo. Claro que o motivo foi dos mais respeitáveis (mais uma festa do VMB), mas, mesmo assim, eu estava caindo de sono.

Qual não foi minha surpresa no sábado de manhã quando acordei com uma prévia do que deve ser um terremoto. Blém, blém, blém – TOC TOC TOC
Grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr, zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!

Abri a janela pronta pra gritar e qual não foi a surpresa quando descobri que a obra acontecia na minha própria casa?

Sim! No mesmo dia fiquei sabendo que terei uma vizinha. E que minhas noites de solidão também serão sentidas na casa ao lado.

E hoje, quando cheguei do trabalho, descobri que minha vassoura estava faltando.

É... veremos o que me espera...

domingo, 4 de outubro de 2009

Pepe, já tirei a vela!



Quem me conhece, sabe da minha terrível fascinação por Chaves e, principalmente, por Chapolin.

Segundo o meu amigo Bruno, eu só gosto tanto assim porque na minha infância, em São Leopoldo só pegava SBT (o que, vamos deixar claro, não é verdade!)

Como viver sem as piadinhas clássicas criadas por Bolaños? E o melhor: as traduções toscas para o português?

Eu gosto muito (desde sempre).

Pode ser que os episódios também lembrem uma fase bem descompromissada da vida – quando iam ao ar às 13h30 (sim, o Silvio também jogou para esse horário). Era uma época em que voltava do colégio, almoçava e depois me jogava no sofá para fazer ... NADA!

“Que tempo bom que não volta nunca mais – aiiiisssss!!!!!”

E é por essas e outras que continuo me divertindo cada vez que vejo Chapolin voando nos aerolitos e conversando com as habitantes de Vênus (Chapulinu culoradu). E é por isso que ainda dou gargalhadas quando me deparo com o episódio (raríssimo) dos gêmeos dançarinos de Mambo, ou aquela vez em que os habitantes da Vila foram passar o Natal na casa do seu Barriga?

E era isso, então! “Sigam-me os bons!”

PS: Com certeza voltarei a falar sobre esse assunto!

Com saudades de dona Dercy


Porra do caralho, seu filho da puta! Cuzão! Juro que tento, de verdade, mas não consigo! Meus amigos (todos) sabem que as merdas saem da minha boca com uma frequência que eu não sei controlar.

Nos tempos de CCAA, Helena e Wagner (saudade, sempre!) me apelidaram de Dirty Dercy, a adorável senhora que mandava todos tomarem em seus devidos cus.

Mais tarde, já trabalhando no jornal, meus queridos colegas de trabalho me fizeram prometer (em mais um Réveillon) que eu não mais falaria palavrões em 2008. Devo ter pulado com o pé direito gritando “É isso ao, Ano Novo, PORRA!”, porque não consegui cumprir a promessa.

No jornal também tinha gente que tirava o maior sarro da minha cara, dizendo que eu sofria daquele mal que a pessoa mistura a vida real com palavrões. (Acabo de googlear e descobrir que se chama síndrome de Tourette e que afeta uma em cada 2 mil pessoas)

Mais tarde, enquanto Robs (colega e amiga de jornal) lia a biografia do Eric Clapton, descobrimos que o músico tinha uma tia-avó que sofria do troço. Gargalhadas geral pra frase usada como exemplo da patologia.

“Bom dia, como vai a PUTA da sua mãe?”

Chegando em São Paulo, meus (não mais) novos amigos também repararam que eu me expressava muito bem usando palavrões. Foi no Natal do ano passado, enquanto Renata, Bruno e eu caminhávamos pela Avenida Paulista (rumo ao bar, óbvio) e eu avistei um prédio todo decorado natalinamente.

“Caralho! Olha que porra mais linda!”

Eles só riram. E eu juro que só queria dizer “como está belíssimo este prédio decorado com luzinhas e cores de Natal em estilo New York”

Continuo tentando me livrar do excesso deles, mas também... agora eles já são parte da minha personalidade, parte de mim...

Viva Dercy! Adorada velha que nos deixou há mais de um ano!
SAUDADES DO CARALHO!